A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Ela é um dos principais instrumentos para controlar a inflação e influencia todas as outras taxas de juros do país, como as dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
Mas o que isso tem a ver com a compra de imóveis? Muito! Essa taxa afeta diretamente o mercado imobiliário, pois interfere no custo e na disponibilidade de crédito para os consumidores e investidores. Além disso, ela também impacta na rentabilidade dos investimentos em imóveis, comparada com outras opções de aplicações financeiras.
Neste artigo, vamos explicar como a Taxa Selic e imóveis se relacionam, tanto para moradia quanto para investimento. Por fim, vamos dar algumas dicas de como aproveitar as oportunidades que a taxa Selic oferece para quem quer comprar um imóvel. Acompanhe!
Conforme mencionamos inicialmente, a Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) a cada 45 dias, levando em conta diversos fatores econômicos, como inflação, crescimento, câmbio e balança comercial.
Essa taxa influencia todas as outras taxas de juros do país, como as taxas de empréstimos, financiamentos, aplicações financeiras e cartões de crédito. A Selic também afeta o comportamento dos consumidores e dos investidores, pois determina o custo e o retorno do dinheiro.
Nesse contexto, a Selic tem dois objetivos principais: controlar a inflação e estimular a atividade econômica. Quando a inflação está alta ou acima da meta estabelecida pelo governo, o Copom tende a aumentar a Taxa Selic para reduzir a demanda por bens e serviços e, consequentemente, os preços.
Por outro lado, quando a inflação está baixa ou abaixo da meta, o Copom tende a diminuir a Taxa Selic para estimular o consumo e o investimento e, consequentemente, o crescimento econômico. Portanto, a Taxa Selic é um instrumento de política monetária que busca equilibrar a estabilidade dos preços e o desenvolvimento sustentável da economia brasileira.
A Taxa Selic e imóveis tem uma relação direta, pois a taxa impacta o custo do crédito imobiliário e o rendimento das aplicações financeiras. Quando a taxa Selic está alta, o crédito imobiliário fica mais caro, pois os bancos repassam o aumento dos juros para os clientes.
Isso desestimula a demanda por imóveis e reduz o preço dos mesmos. Por outro lado, quando a taxa Selic está baixa, o crédito imobiliário fica mais barato, pois os bancos reduzem os juros cobrados dos clientes. Isso estimula a demanda por imóveis e aumenta o preço dos mesmos.
Caso a Selic for de 10% ao ano, por exemplo, um financiamento de R$200 mil em 20 anos terá uma parcela mensal de R$2.500. Por outro lado, quando a taxa Selic está baixa, o crédito imobiliário fica mais barato, pois os bancos reduzem os juros cobrados dos clientes.
Isso estimula a demanda por imóveis e aumenta o preço dos mesmos. Do mesmo modo, se a taxa Selic for de 5% ao ano, um financiamento de R$200 mil em 20 anos terá uma parcela mensal de R$1.600.
Além disso, a Selic também afeta o rendimento das aplicações financeiras, que são uma alternativa de investimento para quem quer comprar um imóvel. Quando a taxa Selic está alta, as aplicações financeiras rendem mais, pois estão atreladas à taxa básica de juros. Isso faz com que as pessoas prefiram poupar e investir seu dinheiro em vez de comprar um imóvel.
Nesse caso, considerando uma Selic de 10% ao ano, um investimento de R$100 mil em um ano renderá R$10 mil. Contudo, quando a Selic está baixa, as aplicações financeiras rendem menos, pois estão descoladas da taxa básica de juros.
Isso faz com que as pessoas prefiram comprar um imóvel em vez de poupar e investir seu dinheiro. Na prática, se a Selic for de 5% ao ano, um investimento de R$100 mil renderá R$5 mil em 12 meses.
Já explicamos acima que as mudanças na Taxa Selic e imóveis refletem diretamente o rendimento dos investimentos. Então, quando a taxa oscila, como aconteceu recentemente, muitos investidores se perguntam se vale a pena investir em imóveis ou se é melhor aplicar o dinheiro em outras modalidades.
A resposta depende de vários fatores, como o perfil de risco, o objetivo e o prazo do investimento, a localização e a liquidez do imóvel, entre outros. Em geral, a alta da Selic torna o financiamento imobiliário mais caro, mas também pode aumentar a demanda por aluguel e valorizar os imóveis no longo prazo.
Caso você queira comprar um apartamento de R$300 mil financiado em 30 anos pela Caixa Econômica Federal, com a Selic em 13,75% ao ano, a taxa de juros será de 10% ao ano. Isso significa que pagará cerca de R$2.600 por mês e um total de R$936 mil ao final do contrato.
Se a Selic estivesse em 6% ao ano, como estava em julho de 2021, a taxa de juros seria de 6,25% ao ano e você pagaria cerca de R$1.800 por mês e um total de R$648 mil ao final do contrato.
Além disso, os imóveis podem ser uma forma de proteção contra a inflação e a instabilidade econômica, que são as principais causas da elevação dos juros. Com eles, é possível obter uma renda mensal estável e diversificar o patrimônio do investidor. Também são menos voláteis do que outros ativos, como as ações, que podem sofrer grandes quedas em momentos de crise.
Ao alugar um imóvel, você recebe um valor fixo todo mês que pode ajudar a complementar sua renda ou seus investimentos. Ao diversificar seu patrimônio em diferentes tipos de ativos, você reduz o risco de perder dinheiro se algum deles apresentar um mau desempenho.
Portanto, investir em imóveis pode ser uma boa opção mesmo com a Selic em alta, desde que se faça uma análise cuidadosa das oportunidades e dos riscos envolvidos. Uma alternativa para quem quer investir em imóveis sem ter que comprar um é aplicar em Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), que são cotas de um portfólio de imóveis negociados na bolsa de valores.
Você compreendeu bem que a Taxa Selic e os imóveis estão interligados, especialmente no que se refere a financiamentos. Mas, como isso ocorre na prática? Existem diferentes modalidades de financiamento imobiliário, que podem ter taxas prefixadas (fixas) ou pós-fixadas (variáveis).
As taxas prefixadas são definidas no momento da contratação e não mudam ao longo do tempo. Já as taxas pós-fixadas são atreladas a algum indicador que pode variar, como a própria Selic ou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em geral, as taxas prefixadas são mais altas do que as pós-fixadas, pois embutem um prêmio pelo risco de oscilação dos juros no futuro. Por outro lado, as taxas pós-fixadas podem subir ou cair ao longo do contrato, dependendo do comportamento do indicador escolhido.
Com a alta da Selic, as taxas pós-fixadas tendem a ficar mais caras, pois refletem o aumento do custo do dinheiro no mercado. Já as taxas prefixadas podem se manter estáveis ou até cair, se os bancos esperarem uma queda da Selic no futuro.
Para ilustrar essa diferença, vamos relembrar o exemplo mencionado acima do financiamento de um imóvel de R$300 mil em 30 anos. Em um período, você encontrou duas opções de taxa: uma prefixada de 8% ao ano e uma pós-fixada de 5% ao ano mais IPCA.
Meses depois, a Selic saltou para 10% ao ano e o IPCA acumulado em 12 meses foi de 10%. Nesse cenário, a taxa prefixada resultaria em uma parcela inicial de R$2.201 e um valor total pago de R$792 mil. Já a taxa pós-fixada resultaria em uma parcela inicial de R$2.500 e um valor total pago de R$900 mil.
No entanto, se a Selic cair para 8% ao ano e o IPCA acumulado em 12 meses for de 8%, as taxas mudariam. A taxa prefixada continuaria sendo 8% ao ano, mas a taxa pós-fixada seria de 6% ao ano mais IPCA.
Nesse cenário, a taxa prefixada resultaria em uma parcela inicial de R$2.201 e um valor total pago de R$792 mil. Já a taxa pós-fixada resultaria em uma parcela inicial de R$2.400 e um valor total pago de R$864 mil.
Portanto, na hora de escolher um financiamento imobiliário, é importante considerar o cenário econômico e as projeções para a inflação e os juros. Além disso, é fundamental comparar as ofertas de diferentes bancos e simular o valor das parcelas e dos juros totais em cada modalidade.
Um financiamento imobiliário é um compromisso de longo prazo, que exige planejamento e disciplina financeira. Por isso, antes de fechar o contrato, é preciso avaliar se o valor das parcelas cabem no seu orçamento e se você tem uma reserva de emergência para lidar com imprevistos.
Além da relação entre a Taxa Selic e imóveis, também é importante que você entenda os diferentes impactos dessa taxa em cada tipo de linha de crédito. De modo geral, quanto maior a Selic, maior o custo do crédito e menor o seu volume. Quanto menor a Selic, menor o custo do crédito e maior o seu volume.
No entanto, outros fatores também influenciam as taxas de juros cobradas pelos bancos e outras instituições financeiras, como o risco da operação, o prazo, a garantia, a concorrência e a inadimplência.
O crédito pessoal é uma modalidade de empréstimo que não exige garantia e pode ser usado para qualquer finalidade. A taxa de juros do crédito pessoal varia conforme o perfil do cliente, o prazo e a instituição financeira escolhida.
Quando a Selic sobe, o custo do crédito tende a aumentar, tornando mais difícil para as pessoas tomarem dinheiro emprestado. Quando a Selic cai, o custo do crédito tende a diminuir, facilitando o acesso ao empréstimo.
Essa modalidade de empréstimo tem como característica o desconto das parcelas diretamente na folha de pagamento do contratante. Por isso, ele oferece taxas de juros mais baixas do que outras opções de crédito pessoal.
Porém, os efeitos da Selic sobre o crédito consignado não são tão significativos quanto em outras linhas de crédito. Como o crédito consignado tem menor risco de inadimplência, ele não depende tanto da Selic para definir suas taxas. Assim, mesmo com a alta da Selic, o crédito consignado ainda pode ser uma boa alternativa para quem precisa de dinheiro rápido e com juros menores.
Esse tipo de crédito permite ao cliente bancário utilizar um limite pré-aprovado na sua conta corrente. Quando a Selic sobe, os bancos tendem a repassar esse aumento para os clientes, elevando o custo do cheque especial. Quando a Selic cai, os bancos podem reduzir a taxa de juros do cheque especial, tornando-o mais barato.
No entanto, a relação entre a Selic e o cheque especial não é direta nem proporcional, pois depende também de outros fatores, como a concorrência entre os bancos, a demanda dos clientes, o perfil dos tomadores e as regras do Banco Central. Por isso, é importante comparar as taxas oferecidas pelos diferentes bancos e negociar as melhores condições antes de usar o cheque especial.
Outra linha de crédito bastante afetada pela Selic é o cartão de crédito, que costuma ter altos juros. Quando a Selic sobe, os bancos tendem a aumentar os juros do cartão de crédito, tornando essa modalidade mais cara e arriscada para o consumidor.
Quando a Selic cai, os juros do cartão de crédito podem diminuir, mas nem sempre na mesma proporção. Por isso, é importante ficar atento à taxa Selic e ao custo efetivo total do cartão de crédito antes de usá-lo.
A variação da Selic não afeta diretamente os contratos de financiamento já firmados, mas sim os novos contratos. Por isso, é importante estar atento às mudanças na taxa Selic e comparar as diferentes opções de financiamento disponíveis no mercado antes de comprar um veículo.
Além disso, é preciso considerar outros fatores que influenciam o custo do financiamento, como o prazo, o valor da entrada, o valor do veículo, a modalidade de crédito e os seguros envolvidos.
A relação entre a Taxa Selic e imóveis deve ser estudada a fundo para quem quer comprar um imóvel, pois ela interfere no custo e na disponibilidade do crédito imobiliário, bem como na rentabilidade e na demanda por imóveis. Então, é preciso acompanhar as variações da Selic e avaliar o melhor momento para realizar o sonho da casa própria. E quando você já estiver inteirado no assunto, conte com o Grupo Lar para encontrar sua nova casa!
Gostou deste conteúdo? Então, aprenda qual o impacto dos juros altos no preço dos imóveis e tire suas dúvidas antes de conquistar sua casa própria!